PAZ E BEM!
“Companheira me ajude, eu não posso andar só.
Eu sozinha ando bem, mas com
você é bem melhor”.
Há pouco mais de um ano, desabou sobre nós povo
brasileiro a violência do golpe jurídico midiático. De início as pessoas que
bateram panelas pedindo o for Dilma estavam realizadas, felizes. Porém, aos
poucos vão se dando conta que forma usadas como massa de manobra para atender
os interesses do capital transnacional, que quer apenas acumular mais e mais
lucro. A vida para estes detentores do poder domínio nada vale.
Mas para nós Mulheres geradoras de vidas, nada que possa se igualar ao valor de
Viver com dignidade.
Pois
bem, chegou novamente 08 de março, dia Internacional da Mulher. Por todo
Brasil, ecoaram vozes, gritos, palavras de ordem, manifestações as mais
diversas, pedindo o fim das violências contra o planeta, as pessoas e
especialmente contra a Mulher. A pergunta que incomoda é: qual foi mesmo a
ressonância disso tudo? Você tem a liberdade e o direito de observar e tirar suas
constatações. Mas a nossa é muito óbvia. Em lugar de ver passos sendo dados
para superar todas as formas de violência, estamos cada dia mais estarrecidas
com tudo o que ouvimos, vemos e assistimos. Espancamentos a moradores de rua,
bombas de gás e cassetete aos professores em greve que reivindicam seus
direitos, aviões derramando agrotóxicos sobre as trabalhadoras da terra
acampadas, destruição brutal acabando com tudo em acampamentos, balas perdidas
matando crianças inocentes, privatizações de tudo, inclusive da água, enfim a
lista é grande ainda.
Mas o
que mais explicita a crueldades da elite, com seu poder do atraso, foi a morte
da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson no Rio de Janeiro, no
último dia 15. Tiros certeiros e
direcionados, com balas que deveriam ser de uso exclusivo da polícia. E aí: Quem mesmo matou Marielle? Quem ganha
com isso? Querem nos silenciar. Querem silenciar a voz das mulheres negras, que
denunciam as violências. Querem por fim tornar a morte assassina em coisa
banal. Por isso, tem monstros comemorando a morte nestes moldes. Aqui lembramos
que em 2015, o Papa Francisco já afirmou: “ Quando você comemora a morte
de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. Que assim seja. Quando
uma desembargadora se manifesta fazendo calunias difamatórias à vítima
Marielle, do tipo: ‘defendia bandidos”, pergunte-se. Quem mesmo defende
bandidos neste contexto de golpe? Quem
mesmo são os bandidos? Não serão estes que tentam matar a honra da
vítima, para assim poderem destruir o impacto das ações de Marielle? E mais: As
pessoas que se manifestam e repudiam, criticam e condenam a defesa dos direitos
humanos, será que tem ao menos um fio de humano? Existe nestes sujeitos algo
parecido com humano?
Por
hoje, fica o convite a estas reflexões, que consideramos pertinentes o
bastante, para a continuidade da defesa e dignidade, dos direitos à vida. Vamos
então, “fortalecer a luta em defesa da
vida todos os dias”, como protagonizam as Mulheres Camponesas do MMC. Vamos reaprender que só unidas e
organizadas, poderemos vencer o dragão da morte chamado Capitalismo que tem
sede de sangue. Cantemos “Virá o dia em
que todas, ao levantar a vista, veremos nesta terra, reinar a liberdade...
Ninguém pode prender um sonho, impedir alguém de sonhar ”. Sonhar e lutar
nos move a capilarizar energias e coragem para vencermos o dragão.
Ir. Irdes Lúcia Guadagnin - IFAP
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