20.07.2015|
Em torno 900
pessoas, entre camponeses, indígenas, quilombolas, trabalhadores e
trabalhadoras rurais de todo o Brasil, agentes pastorais, colaboradores, padres
e bispos, estiveram reunidos no Congresso que celebrou os 40 anos da CPT. O Congresso
ocorreu em Porto Velho (RO) e encerrou neste dia 17. A partir de intensos debates, os
participantes puderam refletir sobre os principais desafios enfrentados pelas
populações do campo na atual conjuntura e partilharam diversas experiências de
memória, rebeldia e esperança postas em prática pelas comunidades.
Para a CPT,
o momento foi de escuta. É no Congresso que as diversas populações do campo de
todo o país, reunidas, apontam as estratégias e propostas que irão orientar as
ações da Comissão Pastoral da Terra, para os próximos quatro anos.
Carta
Em sua
plenária de encerramento, os/as participantes aprovaram a Carta Final do IV
Congresso Nacional. O documento é fruto deste conjunto de reflexões, debates e
propostas feitas pelos camponeses e camponesas, trabalhadores e trabalhadoras
rurais que serão as luzes para a CPT, no seu serviço às causas dos Pobres da
Terra até o próximo Congresso, previsto para ocorrer em 2020.
Memória
A Carta
expressa inicialmente a esperança. “Faz escuro, mas eu canto! Há 40 anos, a
CPT, num tempo de escuridão, em plena ditadura militar, foi criada atendendo ao
apelo de povos e comunidades do campo, de modo particular da Amazônia,
envolvidas em conflitos e submetidas a diversas formas de violência. Hoje,
voltando de onde nascemos e fazendo memória destes 40 anos, vemos que foram
anos de rebeldia e fidelidade ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres
da terra, condição da nossa esperança. Vemos também que as comunidades vivem
uma realidade mais complexa do que a do tempo da fundação da CPT, pois
camuflada por discursos os mais variados de desenvolvimento e progresso, que,
porém, trazem consigo uma carga de violência igual ou pior à de 40 anos atrás.
Ecologia
Remete
também à necessidade de preservação da natureza. “Convocamos também igrejas,
instituições e organizações para reassumirmos um processo urgente de
mobilização rebelde e unitária pela vida, que inclua a defesa do planeta Terra,
nossa casa comum, suas águas e sua biodiversidade. Com o Papa Francisco reafirmamos
que queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, na nossa
realidade mais próxima, uma mudança estrutural que toque também o mundo
inteiro”.
Metas
Apresenta as
perspectivas de ação para os próximos anos. Uma reforma agrária que reconheça os
territórios dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e uma justa
repartição da terra concentrada; A formação dos camponeses, camponesas e dos
agentes da CPT, com destaque para as comunidades tradicionais, a juventude, as
relações de gênero, a agroecologia.
Destaca
também o envolvimento em todos os processos de luta pela educação no e do
campo; O serviço à organização, articulação e mobilização dos povos indígenas,
das comunidades quilombolas, pescadores artesanais e mulheres camponesas; A
intensificação do trabalho de base; A sustentabilidade pastoral, política e
econômica da CPT.
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Escrito: CRB
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