28/07/2015

Padre Exequiel Ramin: 30 anos de martírio

Nesta sexta (24), celebra-se os 30 anos do martírio do padre Ezequiel Ramin, em Cacoal, em Rondônia. Em parceria com os Missionários Combonianos, a Verbo Filmes produziu um documentário sobre a vida e a trajetória do sacerdote, em defesa dos mais pobres e dos injustiçados.

Padre Ezequiel, missionário comboniano, chegou em Cacoal, no ano de 1984. Encontrou um contexto de gritantes desigualdades pela falta de reforma agrária e de uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. Seguindo de perto o exemplo de Cristo, colocou-se ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais 
pela conquista do direito à terra, trabalho e vida digna.

No dia 24 de julho de 1985, foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz na Fazenda Catuva, onde havia encontrado posseiros para pedir-lhes que se retirassem, pois corriam perigo. Foi pego de surpresa por jagunços a mando de fazendeiros.

No trabalho de divulgação nos vários municípios rondonienses que compõem a diocese de Ji Paraná, o padre Rafael Vígolo,  missionário comboniano, de Porto Velho e, que coordena o trabalho de divulgação da memória, dos 30 anos da morte do padre Ezequiel Ramin, testemunha que sua memória está viva.

"Percebo como a memória de Ezequiel continua viva no meio do povo. Assim como a vida de tantos outros mártires, o seu testemunho se tornou semente de novos cristãos, suscitando um compromisso renovado no seguimento de Cristo, que nos chama a abraçar uma missão profética e empreender caminhos de paz e justiça, em favor dos mais pobres e abandonados. Hoje há várias obras e atividades, tanto no campo social, quanto da evangelização, que nasceram e se inspiram na sua vida''.

Uma moção de apoio foi lançada, para a abertura do inquérito diocesano sobre o martírio do padre Ezequiel, que será dirigida a dom Bruno, bispo de Ji Paraná, assim como, o questionário sobre a vida e a morte, para dar início à postulação e ao processo de canonização. (Fonte: Rafael Vígolo, missionário comboniano)


Jovens consagrados se reúnem em Roma

Cidade do Vaticano (RV) -  “Despertai o mundo!” será o tema do encontro internacional dos jovens que escolheram a vida religiosa, a ser realizado em Roma de 15 a 19 de setembro próximo, no âmbito da celebração do Ano da Vida Consagrada. “Evangelho, Profecia e Esperança” serão os três núcleos em torno dos quais girará o encontro, promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
“Evangelho, Profecia e Esperança”, por sua vez,  serão os três núcleos em torno dos quais girará o encontro, promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. O encontro é voltado aos consagrados que se encontram no período imediatamente precedente ao noviciado, na fase de discernimento e prova, no tempo da profissão temporária e até dez anos desde a incorporação perpétua ou definitiva nos institutos e nas congregações. O objetivo é viver uma experiência de formação, através de um aprofundamento bíblico, teológico-carismático e eclesiológico dos elementos fundamentais da vida consagrada, além de oferecer um espaço de partilha da própria realidade, dos desejos e das expectativas formativas. Sem esquecer de celebrar e testemunhar a vitalidade da vocação religiosa.
O encontro prevê alguns momentos comunitários, que serão realizados durante as manhãs na Sala Paulo VI. É o chamado tempo da escuta. Na parte da tarde e à noite, por sua vez, serão realizados alguns encontros segundo os diferentes grupos linguísticos: italiano, francês, inglês, espanhol e português, voltados a restituir, celebrar e testemunhar. O programa prevê aprofundamentos, escuta de testemunhas, diálogo com e entre os jovens.
Da programação também constam encontros abertos a todos, como a Vigília de Oração, na terça-feira 15 de setembro, às 20h30, na Praça São Pedro, e a missa conclusiva, no sábado 19 de setembro, às 11h30, na Basílica de São Pedro. (JE/OR) Fonte: Rádiovaticana)

23/07/2015

CPT divulga Carta Final do IV Congresso realizado em Porto Velho (RO)

20.07.2015|
Em torno 900 pessoas, entre camponeses, indígenas, quilombolas, trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o Brasil, agentes pastorais, colaboradores, padres e bispos, estiveram reunidos no Congresso que celebrou os 40 anos da CPT. O Congresso ocorreu em Porto Velho (RO) e encerrou neste dia 17.    A partir de intensos debates, os participantes puderam refletir sobre os principais desafios enfrentados pelas populações do campo na atual conjuntura e partilharam diversas experiências de memória, rebeldia e esperança postas em prática pelas comunidades.
Para a CPT, o momento foi de escuta. É no Congresso que as diversas populações do campo de todo o país, reunidas, apontam as estratégias e propostas que irão orientar as ações da Comissão Pastoral da Terra, para os próximos quatro anos.
Carta
Em sua plenária de encerramento, os/as participantes aprovaram a Carta Final do IV Congresso Nacional. O documento é fruto deste conjunto de reflexões, debates e propostas feitas pelos camponeses e camponesas, trabalhadores e trabalhadoras rurais que serão as luzes para a CPT, no seu serviço às causas dos Pobres da Terra até o próximo Congresso, previsto para ocorrer em 2020.
Memória
A Carta expressa inicialmente a esperança. “Faz escuro, mas eu canto! Há 40 anos, a CPT, num tempo de escuridão, em plena ditadura militar, foi criada atendendo ao apelo de povos e comunidades do campo, de modo particular da Amazônia, envolvidas em conflitos e submetidas a diversas formas de violência. Hoje, voltando de onde nascemos e fazendo memória destes 40 anos, vemos que foram anos de rebeldia e fidelidade ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra, condição da nossa esperança. Vemos também que as comunidades vivem uma realidade mais complexa do que a do tempo da fundação da CPT, pois camuflada por discursos os mais variados de desenvolvimento e progresso, que, porém, trazem consigo uma carga de violência igual ou pior à de 40 anos atrás.
Ecologia
Remete também à necessidade de preservação da natureza. “Convocamos também igrejas, instituições e organizações para reassumirmos um processo urgente de mobilização rebelde e unitária pela vida, que inclua a defesa do planeta Terra, nossa casa comum, suas águas e sua biodiversidade. Com o Papa Francisco reafirmamos que queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, na nossa realidade mais próxima, uma mudança estrutural que toque também o mundo inteiro”.
Metas
Apresenta as perspectivas de ação para os próximos anos. Uma reforma agrária que reconheça os territórios dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e uma justa repartição da terra concentrada; A formação dos camponeses, camponesas e dos agentes da CPT, com destaque para as comunidades tradicionais, a juventude, as relações de gênero, a agroecologia.
Destaca também o envolvimento em todos os processos de luta pela educação no e do campo; O serviço à organização, articulação e mobilização dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, pescadores artesanais e mulheres camponesas; A intensificação do trabalho de base; A sustentabilidade pastoral, política e econômica da CPT.

 Comissão Pastoral da Terra (CPT) 
 Escrito: CRB

15/07/2015

Terra, teto e trabalho - papa estimula movimentos sociais: “Não se acanhem”



"Precisamos e queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança das estruturas". Ao concluir o II Encontro dos Movimentos Populares em Santa Cruz de La Sierra, o papa Francisco pronunciou o mais longo e contundente discurso desta sua nona viagem apostólica internacional, denunciando a ambição desenfreada pelo dinheiro, as novas formas de colonialismo e as agressões ao meio ambiente.
O destino está em vossas mãos
Para o papa, não basta assinalar as causas estruturais do drama social e ambiental contemporâneo, pois "já sofremos de um certo excesso de diagnóstico", que nos leva ao pessimismo e a pensar que nada podemos fazer além "de cuidar de nós mesmos e dos pequenos círculo da família e dos amigos". "O futuro da humanidade - exclamou o Papa, dirigindo-se aos mais humildes, explorados, pobres e excluídos - está nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e buscar alternativas criativas na busca diária dos "3 T" e na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudanças nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem!"
Conversão das atitudes do coração
Francisco alertou, que uma "mudança de estruturas que não seja acompanhada de uma conversão sincera das atitudes e do coração, acaba a longo ou curto prazo por burocratizar-se, corromper-se e sucumbir". Para evitar isto, enalteceu a "imagem do processo", "onde a paixão por semear, por regar serenamente e que outros verão florescer, substitui a ansiedade de ocupar todos os espaços de poder disponíveis e de ver resultados imediatos".
Os heroísmos cotidianos, vividos muitas vezes na "crueza da tormenta humana", o trabalho aparentemente insignificante, as lutas, o apego ao bairro, à terra, ao território, levam a assumir tarefas comuns motivadas pelo amor fraterno:
"A entrega, a verdadeira entrega nasce do amor pelos homens e mulheres, crianças e idosos, vilarejos e comunidades... Rostos e nomes que enchem o coração. A partir destas sementes de esperança semeadas pacientemente nas periferias esquecidas do planeta, destes rebentos de ternura que lutam por subsistir na escuridão da exclusão, crescerão grandes árvores, surgirão bosques densos de esperança para oxigenar este mundo".
As três tarefas dos movimentos populares
Para esta "mudança positiva" não existe uma receita. No entanto, o Papa propôs três grandes tarefas que requerem a decisiva contribuição do conjunto dos movimentos populares: colocar a economia a serviços dos povos, unir os povos no caminho da paz e da justiça e defender a Mãe Terra.
"A economia não deveria ser um mecanismo de acumulação, mas a condigna administração da casa comum", o que implica em "cuidar adequadamente os bens entre todos", observou o Papa, explicando que uma "economia verdadeiramente comunitária, de inspiração cristã" deveria garantir aos povos dignidade, prosperidade e civilização em seus múltiplos aspectos, que além dos três "T", envolvem acesso à educação, à saúde, à inovação, às manifestações artísticas e culturais, ao esporte e à recreação:
A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano - afirmou o Pontífice - não é uma mera filantropia. É um dever moral. Para os cristãos, é um mandamento. "Trata-se de devolver aos pobres e às pessoas o que lhes pertence". Os movimento sociais, neste sentido, tem um papel essencial, não apenas exigindo e reclamando, mas criando: "Vós sois poetas sociais!". E quando o Estado e organizações assumem juntos a missão dos "3 T", ativam-se os princípios de solidariedade e subsidiariedade que permitem construir o bem comum numa democracia plena e participativa.
Perdão pelos pecados da Igreja na colonização

01/07/2015

O que falamos!

  Nesta sociedade que vivemos, as palavras já se tornaram banalizadas, e uma delas é a palavra Exclusão! Porém, quando mencionamos algo, precisamos compreender, saber sua origem e o que significa de fato. Exclusão vem do latim exclusĭo, que significa: excluir, deixar de lado, descartar, afastar- se, ignorar alguém, ou à pessoa, nós,  e no texto de Genesis Cap. 1- 26, nos fala, que Deus criou a pessoa a sua imagem e semelhança; logo, somos criaturas de Deus, devemos independente de nossas cores, jeito, poder aquisitivo, temos o direito de ser respeitado em nossa totalidade e cada vez mais, nos inserir, incluir no convívio social, porque somos criatura de Deus. 
  Não podemos ser mesquinhos e acharmos que o problema da exclusão é de hoje ou era da aquela época! Precisamos nos dar conta, que essa herança que recebemos, ainda permeia em nosso meio e que muitas vezes as pessoas injustiçadas sofrem caladamente. Por isso, precisamos ter um olhar amplo, além, por isso recordo o livro do Êxodo 22:22, 23) que fala dos órfãos, em Lc: 21 a viúva que depositou tudo o que tinha no cofre público e Mc:  5:25, que fala de uma mulher sem nome, sem definição de idade, uma mulher que marcada pelo sofrimento e desespero, uma mulher, que, a doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. De fato, naquela época quem eram os excluíd@s: eram as mulheres, crianças e os idosos, eram eles que representavam apropriadamente os mais pobres e os injustiçados.
  
  E hoje, quem são os excluídos de nossa sociedade/igreja? Existe pessoas excluídas em nosso meio, quem são eles ou elas?
Não é por acaso que somos convidados pela igreja a refletir o tema da CF: Igreja e sociedade, precisamos dialogar, ter um olhar mais humano e lutar pela vida de nossos irmã@s, não podemos ser infantis e dizer que em nossa família, comunidade, município ou estado, não há exclusão e não podemos deixar de elencar e gritar quem são eles ou elas:
  AS MULHERES: Que sofre discriminação, violência e que a maioria delas são tratadas com um objeto, Mulheres essas que, são donas de casa, trabalhadoras, tem seu emprego, que discuti política, organiza e infelizmente na hora das decisões, são caladas, deixadas a margem da sociedade.
  As famílias atingidas pelas barragens, que foram enganadas e negados seus direitos, os sem-terra, devido a concentração em poucas mãos, o pobre padece e mendiga um pedacinho para sua sobrevivência! Os moradores de rua, diante desse clima nosso, será que eles queriam ficar dormindo nas calçadas e viadutos?  
  Os analfabetos, as pessoas simples, que não tirem oportunidade de se qualificar profissionalmente, que não tem um cargo superior, mas continua lutando para sua sobrevivência; como é nosso relacionamento, nossa acolhida, nosso respeito, será que tratamos, como tratamos e valorizamos, as vossas excelências?
E a nossa juventude/ adolescente, que hoje se discuti a redução da maioridade penal, porque não discutir políticas públicas, porque não gastar energias buscando alternativas, que as punições, as cadeias sejam para eles que são aliciadores de menores, que roubam o estado e que são cúmplice desse sistema. Nossa juventude esta desemprega, cheio de tatuagem, perchem, tem seu jeito, mas logo rotulamos, e fazemos várias interpretações deles. Criticamos dizemos que são baderneiros, irresponsável, aí me pergunto quantas vezes eu parei para conversar com eles, como eu acolho, que oportunidade proporcionamos, quais são as minhas lutas que eu faço a favor de nossa juventude?
Enfim, que pais é esse!  Que mundo eu estou vivendo e como eu estou construindo para que seja mais humano?
 O Papa Francisco, nos provoca a ser diferente, a dialogar, acolher e ser um a igreja em saída: que vá ao encontro das pessoas excluídas, marginalizadas, que estão à beira da sociedade. Sociedade essa que é a igreja e igreja que é sociedade, então somos responsáveis pela vida, como nos afirma o evangelho de Jo. 10-10 Eu vim para que todos tenham vida... É este  o projeto de Deus a “VIDA”, a  luta em defesa da vida.
  Que São Francisco e Santa Clara, nos ajude a ser construtores da paz, do amor e da luta pela vida.   Que continuemos na luta em  construção de uma sociedade mais justa e fraterna, que valorizemos todas as manifestações de vida e continuemos na luta por voz, vez, pois somos criaturas divinas e merecedor@s de viver na dignidade
Ir. Iandra J. Conrado