

Mais de
mil assinaturas foram recolhidas durante o evento, isso porque, de acordo com a
coordenação, parte dos congressistas já haviam participado da coleta nas
respectivas comunidades.
“Como
religiosas devemos estar atentas a essa iniciativa porque constituímos também,
os cidadãos da sociedade e é um dever nosso participar para o bem do próprio
povo de Deus. Vejo a Campanha como um grande passo que a sociedade está dando e
essa adesão maciça das Congregações mostra que os Consagrados querem ser
uma presença significativa no meio social”, disse uma religiosa que
acabara de fazer a sua assinatura.
Para o
coordenador da Conferência dos Religiosos do Brasil da Regional da Brasília, o
religioso marista, Irmão José Wagner da Cruz, a adesão dos Religiosos à
Campanha é um grande passo para o posicionamento da democracia do nosso país
num outro patamar. “Os empresários brasileiros dão as contribuições para
financiar as campanhas e depois aguardam as benesses de cada realidade nos
governos”, disse.
O
Religioso afirmou, ainda, que essa adesão dos religiosos a Campanha é uma
resposta ao Papa Francisco. “Isto quer dizer, uma Igreja de saída que tem
gestos de saída e alguém que como cidadão se compromete em colaborar para ser
um entre aquele um milhão e quinhentas mil assinaturas das quais
necessitamos".
Cruz vê
esta ação dos Religiosos como uma atitude profética, evangélica porque, segundo
ele, melhorando a gestão do recurso público, mais garantia de vida se tem nas
diversas realidades do povo brasileiro. “É o que o Evangelho pede, é o que
Francisco tem nos interpelado e é o que a identidade da nossa consagração quer
com a profecia e com a mística, hoje. Gesto bonito que tem tudo a ver com a Campanha da Fraternidade que nos move
a serviço e acredito quanto mais cidadão formos exigindo vida para todos, mais
consagrados nós seremos”, atestou.
O
coordenador da Conferência dos Religiosos da Regional de São Paulo e
missionário da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, padre Rubens Pedro
Cabral, participou da coleta de assinaturas durante o Congresso e afirmou que o
fato de ter assinado, “representa a contribuição eclesial a este universo que
precisa realmente encontrar novos caminhos por causa da situação política que
se vive hoje’. “A minha assinatura, acrescentou, representa uma aceitação de
tudo aquilo que a Igreja está propondo e ao mesmo tempo uma rejeição a outros
projetos que não favorecem a vida e a dignidade da pessoa”.
Religiosas
e Religiosas enviam nota ao Governo Brasileiro e à Sociedade
Os
religiosos e religiosas redigiram uma nota a ser enviada ao Congresso e
divulgada para a toda a sociedade, sobre a atual conjuntura política nacional.
Temas em discussão no Congresso como a redução da maioridade penal e o não
reconhecimento dos problemas socioeconômicos e políticos que dizimam populações
indígenas e quilombolas, foram repudiados pelos Consagrados/as. “Assumimos o
projeto de Lei de Iniciativa Popular, obra da coalizão pela Reforma Política
Democrática e Eleições Limpas. Nos posicionamos
contra a redução da maioridade penal, o não reconhecimento das causas indígenas
e dos quilombolas, e refutamos todas as atitudes que ferem a democracia e a
legitimidade das eleições”, diz trecho da carta.
Os religiosos
chamaram de práticas repressoras “a iminência de aprovação da redução da
maioridade penal, a perda de conquistas trabalhistas, a lentidão da nossa
justiça, a corrupção e, por vezes, a manipulação midiática que distorce
os fatos e imprime uma abordagem parcial dos mesmos”.
Petrobrás,
medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Governo, o aumento da inflação, o
aumento abusivo dos preços de determinados serviços, a crise na relação entre
os três Poderes da República, foram temas destacados na nota.
Leia a
íntegra da mensagem.
CONGRESSO
NACIONAL DA VIDA CONSAGRADA
NOTA
SOBRE A SITUAÇÃO DO PAÍS
A Conferência dos Religiosos do Brasil, por ocasião do Congresso Nacional para
a Vida Consagrada, realizado nos dias 07 a 10 de abril de 2015, em
Aparecida, São Paulo, com a presença de mais de dois mil Religiosos e
Religiosas de muitas Congregações e Institutos de Vida Consagrada, Sociedade de
Vida Apostólica e Institutos Seculares, de todo o Brasil, refletiu, entre
outros assuntos, sobre o complexo e difícil momento pelo qual passa o
País, sobretudo no que se refere à ameaça aos avanços sociais e aos processos
democráticos, que consolidamos nos últimos anos, bem como sobre as
dificuldades econômicas que assolam nossa população.
Refletindo sobre a identidade e profecia, constatou-se a urgência de uma reação
pacífica, mas contundente, contra as práticas repressoras em curso: a iminência
de aprovação da redução da maioridade penal, a perda de conquistas
trabalhistas, a lentidão da nossa justiça, a corrupção e, por vezes, a
manipulação midiática que distorce os fatos e imprime uma abordagem
parcial dos mesmos.
É legítimo o clima de insatisfação popular frente ao “escândalo da corrupção na
Petrobrás, as recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo Governo, o
aumento da inflação, o aumento abusivo dos preços de determinados serviços, a
crise na relação entre os três Poderes da República”. No entanto nada legitima
um “golpe na democracia”, pois o Estado Democrático de Direito foi conquistado
com muita luta, sofrimento e martírio em tempos não muito remotos.
As manifestações de rua, ainda que legítimas, correm o perigo de
servirem aos interesses privados de grupos fechados ao bem da população,
em particular dos mais pobres.
Conscientes de que o que está em jogo é um conflito de projetos de
sociedade, nossa missão profética coloca-nos sempre ao lado
dos que mais sofrem, com uma postura ética, pautada na justiça e defesa dos
direitos. Por isso, nos posicionamos contra toda forma de
dominação, interesses, iniciativas e processos que violentem ou abortem
as conquistas que potencializam a inclusão dos mais pobres. Assumimos o projeto
de Lei de Iniciativa Popular obra da coalizão pela Reforma Política Democrática
e Eleições Limpas. Nos posicionamos contra a redução da maioridade penal, o não
reconhecimento das causas indígenas e dos quilombolas, e refutamos todas as
atitudes que ferem a democracia e a legitimidade das eleições.
Convocamos a todas e todos para que se mantenham firmes
neste caminho, com uma postura crítica e lúcida neste momento histórico,
discernindo com solicitude o que apoiar, exercendo uma cidadania ativa
voltada para o fortalecimento das causas da justiça e da paz.
Que nossa Senhora Aparecida, nos ilumine e conduza sempre nos caminhos da
justiça e profecia.
Aparecida,
10 de abril de 2015.
IR.
MARIA INÊS VIEIRA RIBEIRO, mad
Presidente
da CRB Nacional
Pelos
Consagrados e Consagradas presentes no Congresso
Nacional
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