Na ocasião,
criou-se um tribunal religioso,
constituído de cinco membros, entre
eles, dois cononistas (um juiz delegado e outro promotor de justiça), um
notário adjunto e cursor, os quais fizeram os devidos juramentos durante a missa. “Hoje é para todos nós um dia de muita
alegria. Estamos na páscoa, que é tempo de alegria por excelência, mas a páscoa
será diferente este ano porque iniciamos oficialmente o processo de
beatificação e canonização de dom Hélder”,
expressou em seu juramento, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Este tribunal terá como missão escutar as testemunhas
oculares de dom Elder, pessoas que conviveram mais de perto com ele. Elas se
encontram, sobretudo, no Rio de Janeiro
e Pernambuco. Segundo dom Saburido, a primeira testemunha a dar depoimento será
o arcebispo emérito da Paraíba, dom José Maria Pires, companheiro de caminhada
do futuro beato, durante o seu arcebispado.
Dom Fernando acrescenta ainda que, “agora vamos ter mais facilidade para
arrebanhar toda essa riqueza que existe por aí a respeito de dom Hélder. Os
próprios escritos de dom Hélder são um tesouro. São as cartas conciliais que
ele escreveu durante as vigílias noturnas. Já são 13 volumes. É um material
muito bom que vai ser utilizado nesse processo”.
O pedido de abertura do processo de beatificação de dom
Hélder foi concluído em maio de 2014. O prefeito da Congregação para a causa
dos Santos, cardeal Angelo Amato declarou aprovação em fevereiro de 2015.
Sobre dom Hélder
Hélder é o décimo primeiro filho de João Eduardo Torres
Câmara Filho, jornalista, crítico teatral e
Em 1923 ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza, onde
cursou o ginásio e concluiu os estudos de teologia e filosofia. Ordenou-se
padre em 15 de agosto de 1931, com apenas 22 anos de idade. Precisou de
autorização especial da Santa Sé, pois ainda não tinha idade para exercer o
sacerdócio.
Em março de 1952, foi nomeado bispo auxiliar do Rio de
Janeiro, aos 43 anos.
Dom Hélder Câmara, além de ser um grande promotor do
colegiado dos bispos e da renovação da Igreja Católica tornando possível o
fortalecimento do compromisso social, por meio do Papa Paulo VI, em 1952,
conseguiu a aprovação da fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil,
CNBB.
Foi, também, o fundador da Cruzada São Sebastião que tinha
por finalidade oferecer moradia aos favelados. Líder contra o autoritarismos e
defensor dos direitos humanos, Hélder estabeleceu clara resistência ao regime
militar.
Apresentou renúncia
em 1984, ao completar 75 anos.
Passou o restante da sua vida em Recife e morreu aos 90 anos. Era 27 de agosto
de 1999.
Em uma das reuniões da CNBB, dom Hélder ao final da sua fala
fez espontaneamente e de coração, esta oração:
"Senhor Jesus tenho a alegria e a responsabilidade de
crer que somos um desde o meu batismo
Não te apagues tanto dentro de mim
Olha pelos meus olhos
Escuta por meus ouvidos
Fala pelos meus lábios
Caminha pelos meus pés
Que a minha pobre presença humana lembre ao menos de longe
de tua divina presença
Ah, Senhor Jesus quando somos muito elogiados, mal sinal
Sinal de opacidade
Sinal de pouca transparência
Que Deus nos ajude a todos".
(Dom
Hélder Câmara)
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