O Movimento Dos Atingidos pela construção da UHE São Roque, vem
por meio desta manifestar indignação quanto aos métodos utilizados pelo
empreendedor, quando se trata do assunto construção do empreendimento e
indenizações dos atingidos, por que e muito conveniente e fácil
para o empreendedor utilizando do seu poder financeiro e representação
empresarial, ir aos vários meios de comunicação e expor uma situação
inconsistente com a realidade;e que aos olhos de quem não conhece a real
situação, fica ate mesmo exposto a irrisórias criticas.
Ao contrario do que alega a empresa que diz estar pagando mais do que vale as áreas se realmente fosse um fato verídico era simples para empresa resolver o impasse, era só ela adquirir as aproximadamente 4.577 (há) de áreas do reservatório mais as áreas de reserva e de compensações ambientais, (conforme consta na (LAP) de nº5720/2011 concedida pelo órgão regulador (FATMA)) nas mesmas condições e características das propriedades atuais e remanejar os atingidos.
As audiências que foram realizadas nos municípios atingidosque
contaram com a participação de lideranças municipais e as parte interessadas
atingidos e representantes da empresa, não tiveram muito êxito, pois o
empreendedor manteve sempre uma postura ditadora e pouco flexível no que se
referia a negociação onde se teve um mínimo de reajustes nos valores
apresentados, e quanto as formas, normas e critérios de enquadramento nada se
alterou, ou seja, os atingidos estarão sempre aberto ao diálogo, “desde que ele
exista de fato” .
Nas audiências foram elencados vários itens de pauta e
reivindicações dos atingidos, que não se define somente em valores de terra , mais também na agilidade no processo
de reconhecimento e posteriormente indenização arrendatários, filhos de
proprietários, meeiros entre outros, pois não basta somente a empresa falar ou
apresentar aos atingidos o ´PBA`` ou seus critérios e normas para os quais os
atingidos possam ter direito a algumas das formas de remanejamento “na teoria”,
sendo que na prática nada se faz.
Deve-se levar em consideração o grande numero de pessoas entre
proprietários e arrendatários que são atingidas ou de alguma forma prejudicada
pela construção do empreendimento que somam um total aproximado de 677 famílias
cadastradas conforme consta na (LAP) de nº5720/2011 concedida pelo órgão
regulador (FATMA), sendo que hoje não chega a 20 o numero de casos resolvidos e
o pior de tudo, que maior parte desses casos ainda está correndo em estâncias
judiciais e outra minoria dos atingidos recebeu propostas com valores defasados
para indenizar suas áreas, valores este que não condizem com os que são
praticados na região e enquanto se mantêm esse impasse com os atingidos a
empresa segue em ritmo acelerado com a obra, situação essa que da o sentimento
nos atingidos que estão sendo literalmente enrolados.
Mais realmente, o que esperar então, de uma empresa que só foi
realizar a emissão de alvará de localização e funcionamento na prefeitura
municipal de São José Do Cerrito praticamente um ano depois de emitida a
licença de instalação, e onde já tinha realizado vários trabalhos de limpeza e
escavação, e por onde usava as estradas de acesso para trafegar com caminhões e
maquinas pesada e ate então sem autorização municipal, onde danificaram pontes
e causaram transtorno não só para a população da localidade de São João Das
Palmeiras, mais também para a Administração Publicado Município.
Não bastasse o impacto ambiental da Usina, por si só um problema
grave de difícil solução, o consórcio responsável pela obra quer também ampliar
os problemas sociais ocasionados pelo empreendimento. Seguindo o rastro de
miséria de outras hidrelétricas, antes mesmo de fechar as comportas está
condenando famílias à fome e ampliando os cinturões de pobreza nas cidades de
médio e grande porte.
E o que a empresa faz? Acelera a construção e se nega a sentar
para um verdadeiro diálogo com as famílias atingidas. Ou seja, a empresa se
aproveita da desinformação dos atingidos, já que a maioria vive na terra há
décadas e nunca passou por situação semelhante, a empresa prossegue lentamente
a agonia das centenas de famílias, que vem cada vez mais próxima a destruição
de núcleos comunitários, casas, além de igrejas, cemitérios, escolas, estradas
e pontes.
Sabe-se que das famílias atingidas diretamente, 54% só conhecem o
trabalho no campo. São na sua maioria agricultores familiares, parceiros e
arrendatários que perdem suas terras e, se não forem adotadas medidas de
reassentamento adequadas, se tornarão mão de obra ociosa ou subempregada nas
cidades. A produção destes municípios depende em muito da área rural e o que a
empresa está fazendo é produzir desempregados para a área urbana, causando
desfalque para a produção econômica do município, que depende da agricultura e
da pecuária.
O Ministério Público Federal de Santa Catarina já foi procurado,
sabendo-se que é um órgão público federal independente, sem vinculações
governamentais que pode adotar medidas para a proteção dos direitos dos
atingidos e sendo que é a ultima esperança de apoio com as quais as famílias
atingidas poderão contar, na ocasião foi exposto a situação pela qual os
atingidos estão sendo submetidos e foi relatado o temor da população em relação
ao que está por vir. Na qual já foi possível ao procurador compreender o
quanto a comunidade não tem de informações, e o quanto sobram de ameaças e de
pressão sobre as famílias.
Enquanto isso, muitas famílias de agricultores e agricultoras
seguem acampadas à espera de decisões e principalmente, cobram respeito à vida.
O sentimento de revolta é inevitável diante das incertezas.
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