
“A missão da discípula/o missionária/o se realiza no coração do mundo”. Aconteceu
nos dia 01 a 04 de maio de 2014, no Centro Cultural de Brasília, o II Seminário
Intercongregacional promovido pela CRB Nacional, à luz do tema Intercongregacional e atuação profética missionária da Vida
Religiosa. Teve como marco orientador os
seguintes objetivos: a)
Fortalecer e proporcionar a partilha de Carismas e
experiências, buscando
maior leveza institucional,
em vista da missão; b)
Ampliar a reflexão sobre Intercongregacionalidade; c) Dar continuidade aos processos iniciados,
potencializando o sonho e a concretização da
Intercongregacionalidade. O
tema foi aprofundado a partir de quatro eixos temáticos: 1ª) Analise de Conjuntura; 2ª) Intercongregacionalidade como Aliança; 3ª)
Intercongregacionalidade como profecia 4ª) Intercongregacionalidade para uma comunidade em
missão.
ACOLHIDA E MENSAGEM - Ir. Marlene Rodrigues ISVPG, membro
da Diretoria da CRB Nacional, acolheu os participantes e leu a mensagem do
Presidente, Irmão Paulo Petry FSC,
que
está participando do Capítulo Geral, em Roma: “A intercongregacionalidade não
vem para substituir ou destituir a congregacionalidade, mas ela acontece para
revelar-nos quão
rica
é a ação de Deus, quão maravilhoso é o Espírito a soprar seus dons ao inspirar
os fundadores/as... Agora cabe a nós buscar na diversidade a unidade, na
riqueza dos diferentes carismas a força para animar a missão continental,
proclamar a Boa Nova e testemunhar os valores do Reino”.
DIA 01 -
Iniciando os trabalhos, Ir. Eurides de Oliveira ICM, socióloga, com muita
sabedoria e segurança trabalhou a análise de conjuntura. “Uma análise
de conjuntura
é uma fotografia dinâmica da realidade, funciona como um mapa que nos permite viajar na realidade – longe e perto. A análise de conjuntura tem que contemplar três tempos: Tempo das estruturas; tempo das conjunturas e o tempo do cotidiano”. Diante disso nos perguntamos: Como nós religiosas/os lidamos com esses tempos na realidade onde vivemos? Será que não estamos envolvidos demais no tempo cotidiano? Precisamos estar atentas/os aos três tempos se quisermos acompanhar e propor mudanças significativas hoje. O capitalismo neoliberal tem no coração a competição e o lucro e nunca a história e a qualidade da vida humana e planetária. Ele presa pela mercantilização da vida, exemplo disso podemos destacar a questão do tráfico humano, tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Fomos desafiadas/os a pensar sobre nossa missão enquanto vida religiosa em meio a este contexto plural. Onde estamos hoje e para onde o sopro do Espírito quer nós conduzir. Como discípulas/os missionárias/ os temos o compromisso de transformar o hoje histórico em um hoje teológico. Ouvir o grito onde a vida clama, ser discípula/o onde pulsa o coração. A Vida Religiosa é chamada a reavivar a profecia, ser testemunha do Reino, profetas da vida, escutar juntas/os, os clamores do povo, acompanhar e provocar mudanças. “Somos convidados a penetrar nas dobras da história para auscultar e sentir as causas desta situação que desnuda, rouba de nossos irmãos a dignidade humana”. Esta é uma tarefa que requer definição, opção Evangélica, Política e Eclesial por um lugar social: o chão dos pobres. Olhar, ler e compreender o que está acontecendo neste mundo de rápidas transformações é uma graça e um desafio. É tempo de organizar a esperança,
é uma fotografia dinâmica da realidade, funciona como um mapa que nos permite viajar na realidade – longe e perto. A análise de conjuntura tem que contemplar três tempos: Tempo das estruturas; tempo das conjunturas e o tempo do cotidiano”. Diante disso nos perguntamos: Como nós religiosas/os lidamos com esses tempos na realidade onde vivemos? Será que não estamos envolvidos demais no tempo cotidiano? Precisamos estar atentas/os aos três tempos se quisermos acompanhar e propor mudanças significativas hoje. O capitalismo neoliberal tem no coração a competição e o lucro e nunca a história e a qualidade da vida humana e planetária. Ele presa pela mercantilização da vida, exemplo disso podemos destacar a questão do tráfico humano, tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Fomos desafiadas/os a pensar sobre nossa missão enquanto vida religiosa em meio a este contexto plural. Onde estamos hoje e para onde o sopro do Espírito quer nós conduzir. Como discípulas/os missionárias/ os temos o compromisso de transformar o hoje histórico em um hoje teológico. Ouvir o grito onde a vida clama, ser discípula/o onde pulsa o coração. A Vida Religiosa é chamada a reavivar a profecia, ser testemunha do Reino, profetas da vida, escutar juntas/os, os clamores do povo, acompanhar e provocar mudanças. “Somos convidados a penetrar nas dobras da história para auscultar e sentir as causas desta situação que desnuda, rouba de nossos irmãos a dignidade humana”. Esta é uma tarefa que requer definição, opção Evangélica, Política e Eclesial por um lugar social: o chão dos pobres. Olhar, ler e compreender o que está acontecendo neste mundo de rápidas transformações é uma graça e um desafio. É tempo de organizar a esperança,
voltar ao essencial sair, ir ao encontro... (Papa
Francisco). À tarde, Ir. Maria Aurea Marques CBP, coordenadora da CRB Regional Fortaleza,
trabalhou a Intercongregacionalidade
como Aliança. Sua reflexão foi a partir
do livro de Josué. Aliança é a palavra chave que inspira e sustenta a
Intercongregacionalidade. A aliança entre as Congregações mostra fidelidade ao
carisma na inspiração do Deus da Vida, pois o carisma brilha na diversidade.
Queremos trabalhar na Intercongregacionalidade não porque estamos envelhecendo,
diminuindo em número ou porque vivemos a realidade da diminuição de vocações,
mas porque sentimos que os novos cenários e sujeitos concretos exigem de nós
novas respostas e novas presenças. Queremos fazer aliança na
Intercongregacionalidade porque é evangélico e nos ajuda ser presenças e testemunhas
do Reino. Entre as reflexões foi priorizado tempo para partilha de projetos missionários intercongregacionais: 1ª projeto assumido pela vida religiosa do nordeste em Roraima; 2ª Projeto assumido por três Congregações na Ilha de Marajó; 3ª Projeto assumido pelas Novas gerações
e Animação Vocacional da
CRB do Rio de Janeiro.
DIA 02 - P.
Edson Castro da Silva SVD, Superior Provincial, partiu da reflexão do texto de
Josué, onde traz presente toda situação de desestruturação do povo e a crise do
profetismo com o Exílio da Babilônia. A mesma situação vivida pela comunidade
de Josué se repete hoje talvez com outra roupagem, mas ela continua muito
presente, pois vivemos diante de uma sociedade fragmentada, marcada por leis e
doutrinas, onde prevalece a lei do mais forte o lucro a qualquer preço. A
pessoa é medida pela sua produção e não pela sua história, pela sua potencialidade.
Não estamos vivendo só uma crise época externa. Ela está dentro das nossas
Congregações, Províncias e comunidades. Está dentro de nós. Precisamos de
ousadia profética não deixando o que é essência do carisma, mas a partir da
essência reinventar-nos como Vida Religiosa hoje. A Vida Religiosa é profética
ou não é Vida Religiosa. A Vida religiosa Intercongregacional se faz no caminho
e a caminho. “Estamos caminhando para uma época, um momento histórico em que os
diferentes carismas não só se encontram, mas também estabelecem laços de
aliança para sermos mais proféticos numa sociedade necessitada de um profetismo
renovado”. Segundo ele, as formas com as quais a Vida Religiosa viveu
até então os carismas, não responde mais às necessidades históricas deste
tempo. A Vida Religiosa precisa entender que o carisma é do Espírito: “É o
Espírito que nos conduz para isso, nos empurra a beber do mesmo poço. O outro me
complementa e ao me complementar me faço um pouco mais humano”. P. Edson disse
não ter dúvidas de que é necessário investir na pessoa humana. “Patinamos na
Vida Religiosa Consagrada hoje, não por causa dos grandes sonhos, das grandes
utopias, mas a pessoa do religioso/a pode estar num processo interno de
profundas inquietações que precisam ser trabalhadas. Enquanto não trabalharmos
o ser humano, a juventude que vem não encontra espaço para sonhar e viver sua
consagração, torna-se difícil sonhar alto ou o sonho continua sendo de um
pequeno grupo”. Seguindo a reflexão houve a partilha dos projetos intercongregacionais:
1ª) Projeto missionário de
solidariedade no Haiti.
As Irmãs Lucy SCVM e Dalvanira CF retornaram há um mês após três anos de permanência no Haiti. Elas
partilharam a caminhada missionária da
comunidade Intercongregacional. Foi
uma partilha muito rica, provocativa e de muita esperança para a Vida Religiosa e para o povo do Haiti. 2ª) Projeto da Equipe
Itinerante do Amazonas foi
partilhado pelos membros da equipe presente no
seminário Irmãs Graça e Mirian Catequistas Franciscanas
e Joana Irmãs Azuis. Cada projeto partilhado era
mais uma luz que se acendia na reflexão da Intercongregacionalidade, pois víamos crescer as possibilidades e os apelos iam fazendo arder nossos corações. Concluímos as atividades do dia com a leitura orante da palavra de Deus a luz do texto de Jo 4: A Samaritana.
INTERCONGREGACIONALIDADE PARA UMA COMUNIDADE
EM MISSÃO
-Dia
03, a Ir. Annette Havenne trabalhou o eixo contextualizando a situação
histórica de como e quando surgiram as Congregações, qual era o contexto
econômico, político, social e religioso da época. A partir da memória histórica
foi perfazendo o processo da caminhada que a Vida Religiosa fez ao longo dos tempos chegando até
nossos dias, com seus avanços e retrocessos. Na reflexão ficou claro que nossos
Fundadores e Fundadoras iniciaram as Congregações imbuídas/ os do espirito da
Intercongregacionalidade. A assessora citou várias experiências concretas de Intercongregacionalidade no início da fundação das Congregações, porém esta página bonita da história da Vida Religiosa passou despercebida ao longo dos tempos. Confirmou aos participantes do Seminário que a Intercongregacionalidade é realidade desde as nossas origens. Hoje a Vida Religiosa é chamada a intensificar a prática da missão apostólica intercongregacional porque é um caminho de fidelidade evangélica. Tanto a Intercongregacionalidade como a vivência comunitária missionária congregacional exigem de nós religiosas/os capacidade de centrar-se em si e em Jesus Cristo, ter profunda relação e paixão pelo carisma congregacional, saber viver e acolher a solidão, ser pessoa mística, que sabe investir no cultivo pessoal e nas relações interpessoais, lidar com os conflitos comunitários e missionários. Precisamos investir tempo de sentar e conversar sobre nossos conflitos pessoais e comunitários,
Intercongregacionalidade. A assessora citou várias experiências concretas de Intercongregacionalidade no início da fundação das Congregações, porém esta página bonita da história da Vida Religiosa passou despercebida ao longo dos tempos. Confirmou aos participantes do Seminário que a Intercongregacionalidade é realidade desde as nossas origens. Hoje a Vida Religiosa é chamada a intensificar a prática da missão apostólica intercongregacional porque é um caminho de fidelidade evangélica. Tanto a Intercongregacionalidade como a vivência comunitária missionária congregacional exigem de nós religiosas/os capacidade de centrar-se em si e em Jesus Cristo, ter profunda relação e paixão pelo carisma congregacional, saber viver e acolher a solidão, ser pessoa mística, que sabe investir no cultivo pessoal e nas relações interpessoais, lidar com os conflitos comunitários e missionários. Precisamos investir tempo de sentar e conversar sobre nossos conflitos pessoais e comunitários,
partilhar nossas experiências espirituais e não apenas nossas
agendas. Na conclusão da exposição do tema, Ir. Annette deixou como desafio
para a CRB e aos participantes, a necessidade de um pós-seminário para refletir
e amarar uma Teologia para a Intercongregacionalidade que parte das pequenas
narrativas e experiências.
Após a exposição do tema foi priorizado tempo para
partilha
de projetos
intercongregacionais:
1ª) Projeto em Manaquiri Amazonas
com participação
de várias Congregações
partilhado pela Ir. Vera Palermo SDS;
2ª) Projeto em Timor Leste com a participação de várias
Congregações, partilhado
pela Ir. Vera Palermo SDS;
3ª) Projeto missão de férias
Igrejas Irmãs em Manaquiri na Amazonas com participação de padres, Irmãs e leigos/as partilhado pela Ir. Rita Tessaro ISJ. Concluiu-se o dia com a leitura orante à luz dos textos de
At 13,1-3 e 11,19-26, dinamizada
pela Ir. Annette.
DIA 04 –
O dia iniciou com a celebração eucarística fazendo memória da caminhada da Conferência
durante estes 60 anos. P. Edson concluiu a homilia pedindo ao grupo para
celebrar os 60 anos da CRB mantendo a esperança, pois a Vida Religiosa tem
experiências suficientes, um belíssimo patrimônio espiritual e, apesar das
debilidades e fraquezas, não deve perder o vigor interno, a vontade de fazer
novas todas as coisas, na força do Ressuscitado. “Estamos peregrinando e vamos
peregrinar na postura do Ressuscitado, e quando falarmos, falemos como
ressuscitados e quando peregrinarmos, peregrinemos
como ressuscitados. É sempre o Ressuscitado que nos impulsiona
para frente, que nos faz nascer das cinzas e nós Religiosos temos que ser
campeões em recriar-nos o tempo todo, porque somos movidos pela força do
Espírito que dá vida a todas as coisas. Somos homens e mulheres a serviço da vida
e como a vida se transforma constantemente, nós também
nos transformamos com ela". A Vida Religiosa é um
caminho de abandono confiante nas
mãos de Deus e não de instalação em lugares, culturas,
etnias... Somos convidadas/os de modo permanente a ultrapassar nossas próprias
fronteiras, nossos próprios horizontes. Somos peregrinas/os no caminho de Jesus
e seu Projeto. Dele aprendemos
a itinerância para os novos areópagos. Esta é a interpelação e a convocação de Jesus, e das reflexões
e partilhas do II Seminário Intercongregacional. Com certeza, nossos Fundadores
e Fundadoras fizeram-se peregrinos e conosco estão neste caminho
de colaboração Intercongregacional, falando-nos e motivando-nos: Avancem para águas mais profundas. Viemos de todos os recantos
do Brasil, trazendo sonhos, expectativas, desejos, esperanças e diferentes
experiências. O ambiente do Seminário foi acontecendo de forma ativa, criativa e
participativa, uma verdadeira escola discipular missionária, onde todas/os
ensinavam e aprendiam. Fomos enviadas/ os e partimos carregando esperanças, luzes,
comunhão, sonhos, desejos, mas também muitos desafios, interpelações e
provocações. Cabe a cada uma/o lançar a semente da Intercongregacionalidade em
sua Congregação e o
resultado da colheita depende de todas/os nós. Jesus assim
nos diz: Eu vós envio para que vocês
vão e produzam frutos e o
fruto de vocês permaneça. Texto de Ir. Lisete Buganti
SDS
MENSAGEM
Foi um marco dentro da
história da CRB. Nos primeiros anos as congregações viviam isoladas e quem
contribuiu para a quebra desse isolamento foi a criação da CRB Nacional, há exatamente
60 anos. Este seminário pode ser considerado um segundo marco importante dentro
desta trajetória histórica na qual tomamos consciência do quanto ainda estamos
trabalhando isoladamente, enquanto poderíamos trabalhar melhor, de uma forma
mais conjugada entre nós, através de atividades intercongregacionais.
Ir. Edgard Hengemule FSC, coordenador CRB
Regional Porto Alegre
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