Publicado em ter,
20/08/2013 - 09:41
Nesta
segunda (19), os atingidos pela barragem de Garibaldi montaram um novo
acampamento em Abdon Batista, na região serrana de Santa Catarina, com moradores
dos municípios de Abdon Batista, Cerro Negro, Vargem, Campo Belo do Sul e São
José do Cerrito, para cobrar do consórcio construtor da barragem solução para
os problemas sociais criados com as obras.
As
famílias cobram da Rio Canoas Energia, consórcio responsável pela barragem,
solução para os transtornos gerados devido a um erro topográfico que acabou
provocando de alagamento em comunidades dos municípios de Vargem e São José do
Cerrito. Devido a este erro, o lago ultrapassou sua cota e atingiu comunidades
que não deveriam ser alagadas.
O
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que há décadas luta em defesa dos
direitos dos atingidos, estimula a organização do povo que está sendo mais uma
vez prejudicado com a construção da hidrelétrica.
A luta
destas famílias ganhou o apoio do bispo diocesano de Lages, Dom Irineu
Andreassa. Segundo Dom Irineu, essas reivindicações devem ser feitas com
mobilizações organizadas, caso contrário, os atingidos correm o risco de não
terem de volta uma propriedade. “A decisão de reivindicar deve ser conjunta”,
argumenta o bispo.
São
mais de duzentas famílias nessas condições, ficaram sem suas terra e estão no
aguardo de uma decisão do consórcio. Em entrevista a uma rádio da região, Dom
Irineu sugeriu que a multa de R$ 10 milhões de reais aplicada pela Fundação de
Meio Ambiente (FATMA) à empresa Triunfo, empresa do consórcio, deveria ser
revertida em prol dos atingidos.
Na
sua opinião, estas situações empurram muitas famílias para as periferias das
cidades, onde sem estrutura, acabam entrando para o crime. “A situação das
famílias é de desespero”, relatou o bispo. Dom Irineu manifestou sua indignação
e cobra com veemência uma atitude das autoridades. “A culpa desta situação é do
estado”, salienta o religioso, ratificando o posicionamento de apoio da Diocese
de Lages às famílias que aguardam um posicionamento.
Perseguição
ao bispo
Nesta
região, a justiça tem uma relação muito próxima aos construtores das barragens,
quase sempre beneficiando estes em detrimento de quem faz a luta pelo direito
dos atingidos. Neste momento, o bispo de Lages, um dos apoiadores históricos da
luta dos atingidos e do MAB está sendo ameaçado de multa, caso haja
mobilizações mais contundentes dos atingidos.
Segundo
Dom Irineu, há um interdito proibitório expedido pela juíza da cidade
catarinense de Anita Garibaldi proibindo ações que tranquem a BR 282 ou o
canteiro de obra, num raio de dois quilômetros. Em caso de descumprimento desse
interdito, está prevista uma multa de 10 mil reais por dia ao bispo.
O MAB
manifesta seu repúdio a perseguição contra o bispo de Lages, que apoia a luta
dos atingidos e aplica, na prática, o pedido do Papa Francisco: a opção
preferencial pelos pobres. Para as lideranças do movimento, o que agora
acontece é mais um episódio da violação dos direitos dos atingidos e
perseguição aos defensores dos direitos humanos no Brasil.
Usina Hidrelétrica Garibaldi
Rio Canoas Energia é o nome do consórcio formado pela empresa Triunfo para construir e lucrar com a Usina Hidrelétrica de Garibaldi, em Santa Catarina. Ela foi concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 30 de julho de 2010 para a Triunfo que passou a ter o direito de explorar a UHE Garibaldi pelo prazo de 35 anos, a partir de 14 de dezembro de 2010.
A UHE Garibaldi foi construída no Rio Canoas, entre as cidades de Abdon Batista e Cerro Negro, em Santa Catarina, e a geração comercial de energia da primeira turbina da usina deve começar neste segundo semestre de 2013
Usina Hidrelétrica Garibaldi
Rio Canoas Energia é o nome do consórcio formado pela empresa Triunfo para construir e lucrar com a Usina Hidrelétrica de Garibaldi, em Santa Catarina. Ela foi concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 30 de julho de 2010 para a Triunfo que passou a ter o direito de explorar a UHE Garibaldi pelo prazo de 35 anos, a partir de 14 de dezembro de 2010.
A UHE Garibaldi foi construída no Rio Canoas, entre as cidades de Abdon Batista e Cerro Negro, em Santa Catarina, e a geração comercial de energia da primeira turbina da usina deve começar neste segundo semestre de 2013
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