Como Francisclariana, faz-se justo e necessário iniciar nossa memória dizendo: “Altíssimo, onipotente e Bom Senhor, a ti toda honra glória e louvor”. Sim, pois foi uma benção poder participar desta marcante celebração. Lá estivemos num grupo das Irmãs Franciscanas do Apostolado Paroquial, junto com as respectivas caravanas, participando em Xanxerê/SC, deste acontecimento. Foram dois dias intensos, onde reencontramos companheiras, fizemos
memória, bebemos de uma profunda mística feminista e camponesa, revivemos momentos de intensa emoção, ao refazer o caminho desde os primeiros passos da década de 1980. Estiveram participando mulheres dos grupos de base de todas as regiões do estado. Mas não só, lá estiveram também o Movimento das Mulheres Urbanas, da Pastoral da Juventude, da Juventude do Meio Rural, da Juventude Estudantil, e representantes do MMC, dos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Brasília, e
confirmou que a contribuição das lutadoras e mártires de ontem e hoje, não foi em vão. Foi sim, semente de militância, de esperança, de coragem, de resistência, de ternura, de conquistas. Nesta mística/memória, resignificamos juntas o compromisso de continuarmos acreditando que o sonho não acabou, que a luta continua, e fica bem explícita, nas palavras de ordem: “fortalecer a luta, todos os dias em defesa da vida”. Nesta fonte, estiveram bem marcadas nossas duas irmãs que em vida se dedicaram com carinho especial a esta causa camponesa. São elas: Ir. Jandira Bettoni e Ir Angélica Tonetta. Nelas haveremos de continuar nos inspirando, para fortalecer o compromisso com as causas populares, do campo e da cidade. Porém, sempre com o cuidado e carinho à causa feminista. Afinal, ela continua a nos desafiar fortemente no século XXI. Por fim, faço meu o conhecido dito popular: “é preciso ter os pés no chão, e a cabeça nas estrelas”. Que bom, e obrigada às estrelas que nos inspiram ao movimento permanente de nunca tirar os pés da realidade cotidiana, e ao mesmo tempo manter a referência no sonho, no projeto de um mundo que reaprenda a cuidar, a amar, a plantar e colher vida digna para todos os seres. Parafraseando Marx que no seu tempo convocou: “trabalhadores do mundo uni-vos”, nós afirmamos: camponesas do mundo permanecei na luta todos os dias em defesa da vida.
Ir. Irdes Lúcia Guadagnin
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